segunda-feira, 2 de abril de 2012

O tempo de cada um e a Maçã do Amor

Texto: Wagner Sturion

Da laranja para a maçã. Vamos começar a semana com a fruta que teria despertado a humanidade para o pecado. Pobre Eva, enganada por uma serpente do mal. Vamos e venhamos, maçã é realmente a fruta da paixão e do amor. Seria, realmente, difícil para ela resistir a tal tentação. Sua vermelhidão e seus sabores diversos retratam no ser humano sentimentos diferenciados: desejo, carinho, ternura, impulso, quietude, mistério...  Às vezes, muito doce, apenas doce, muito azeda, azedinha, insossa por dentro. Assim são também os relacionamentos.  Pois não há como ter todos os dias a mesma pessoa dentro de casa.  Cada ser humano é um. E é este o grande salto para a boa convivência. Compreender e ser sensível ao sentimento do outro – à variação de humor de quem vive com você – é primordial.

Como lidar com isso? Lembra-se da história da laranja? Comece respeitando os espaços. Falamos em chupar de uma mesma fruta para sentir aromas e sabores em um momento único. Na verdade, há como se ter o mesmo sabor e aroma, provando juntos, laranjas da mesma safra ou do mesmo pé. Mas, nessas horas, esqueça-se das maçãs, das laranjas ou de qualquer fruta para forçar uma experiência em conjunto. Se a pessoa quer estar em silêncio não significa que ela TE ODEIA! Apenas que precisa ter o seu momento de reflexão. O seu amor está se conhecendo melhor, buscando respostas, procurando caminhos. E você também faz isso, não? Tire então de sua ideia que o relacionamento está azedando ou ficando insosso. A quietude e o mistério são dois pratos que podem se tornar muito saborosos depois de uma atitude reflexiva. Claro, se você souber agir com humildade à interiorização da outra pessoa. Existem milhares de oportunidades de se compartilhar momentos. E esse é um tempo que todos também precisam na vivência a dois, ou seja, o espaço para pensar e curtir coisas, sozinho, sem interferências.

O segredo é se abrir para o outro e sentir que o carinho existente na relação não se perde nesses minutos de concentração, que, a seu ver, é de tremendo “mistério”. Sem essa de querer um coração desenhado todos os dias em uma folha de papel deixada na geladeira, avisando: Eu te amo! O excesso se esgota nos relacionamentos. É preciso ter maçãs com sabores diferentes. Muito vermelhas, mas nem tão doces. Menos vermelhas e azedas. Vermelhas e doces demais. Verdes! Maiores e menores. É a partir das diferenças que se atinge o equilíbrio. A grande serpente de um relacionamento é aquela que lhe tenta para invadir espaços e questionar o pensamento do seu parceiro e/ou parceira (amigo e/ou amiga). Viva a sua individualidade e deixe que a outra parte também viva a dela, pois o compartilhamento da “volta” sempre terá sabor de maçã do amor. 

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